A criatividade usando muletas.

Agora sim. O lápis estava apontado, a folha estava em branco parada a minha frente e a luz estava perfeita, com musicas leves ecoando nas quatro paredes de meu quarto. Tudo estava pronto só faltava eu escrever.  Mas faltava alguma coisa uma espécie de bloqueio mental começou a preponderar o meu ser, o cheiro do lápis apontado em minhas mãos era intimidador. E o branco da folha era aterrorizante, porque eu não podia simplesmente dar asas a minha imaginação e montar no meu lápis para que ele fosse o canal que me levasse a conhecer lugares novos e distantes?  Tentava escrever, me esforçava de verdade, e o bloqueio continuava a me prender, como a muralha da china impedindo a saída das idéias para o papel.

Frustrada e revoltada, com minha incapacidade descontei minhas frustrações no SAC do universo também conhecido popularmente como Twitter.   E lá comecei a ver como as palavras voltaram a fluir em minha cabeça, não podendo perder o momento corri até o Word e desenrolei minha, literatura, incrível parecia que as palavras tomavam forma através de meus dedos acostumados a digitar.  

Será que o medo de escrever errado com o lápis é o que me atrapalha? E a facilidade com que se pode apagar ou concertar algo no computador que me dá a segurança? Minha criatividade usa uma muleta, que me impede de voar como os outros escritores, abordo de sua imaginação e carregados por seus lápis e canetas alados. Em quanto eles voam alto, eu dou pequenos saltos até a altura que a extensão da tomada me permite. 

Creio que terei que entrar para a fisioterapia do lápis, onde eu terei que enfrentar meus medos e domesticar meus dedos que digitam livremente ao uso do lápis que os prendem. Vai ser um processo demorado, doloroso brigarei com minha muleta e domesticarei minha imaginação a nova condição.  E um dia voarei como todos os escritores com o céu inteiro a desbravar. Mas por enquanto eu fico com minhas muletas, afinal para aprender a voar eu preciso aprender a saltar e no momento esse é o único meio.