Esta é uma história que se repete a cada quatro anos, que envolve um velho pau-de-arara, que carrega pessoas a mais que o seu limite tolerado, com condições de viagem um tanto quanto desastrosas, motoristas que muitas vezes esquecem que carregam pessoas e dirigem como se carregassem animais irracionais. Os mesmo só lembram dos passageiros quando a reclamação passa das contas, e para não perder o emprego tão bem quisto, colocam algumas distrações no valho pau-de-arara para mudar o foco dos passageiro no meio do caminho.
Era julho o calor estava de rachar mamona, e o Pau-de-arara que saia diretamente da Paraíba com destino a Brasília estava pronto para mais uma viagem. As pessoas estavam animadas, as crianças estavam todas sentadas em um local tecnicamente menos perigoso, e fazia muito barulho com o entusiasmo que só a crianças possuem. A maioria dos passageiros que estavam no Pau-de-arara já conhecia o motorista, e os pretendentes a motorista de longa data, portanto estava cada vez mais difícil de serem surpreendidos no meio do caminho.
Nossos caros passageiros já estavam indo para o primeiro 1/4 da viagem, e a cada minuto que se passava dentro do pau-de-arara, maior era a insatisfação dos passageiros, o motorista já atarantado com tanta reclamação aumenta o som do caminhão tentando não escutar as reclamações. Mas conforme o tempo passava os passageiros só fazia aumentar a raiva com a situação calamitosa do caminhão, sol estava cada vez mais forte e impiedoso. Calor, poeira e mau humor nunca foram bons conselheiros. Por isso o motorista já sabendo de como a situação iria ficar suja para o seu lado teve a brilhante idéia, na verdade estava só seguindo um conselho que o ultimo motorista havia lhe dado, lembrava muito bem das palavras dele. - "Bixin não se aperreie não, vice porque na altura da cidade de Candangolândia, na parada do bar da dona Julesca vai ter um BODE que é deixado lá para essa viagem, por ser longa, sabe como é distrair o povo, o nome dele é Brother, conhecido também como BBB, ucê culoca ele junto cum as pessoa que eles vão inté si esquecer da viage”
O novo motorista podia ser tudo, mas bobo ele não era, então sem se fazer de rogado ao chegar ao bar da dona Julesca, colocou o velho Bode dentro do pau-de-arara e seguiu viagem. Foi como um milagre, As pessoas esqueceram-se dos perigos da viagem, do calor desumano e até mesmo da falta de comida. Todos os olhares e línguas afiadas acostumadas a criticar focaram a atenção no tal Brother. O BBB foi muito últimas nem tanto como previra, afinal as pessoas já haviam se acostumado com a artimanha do Brother e o bode que os entreteriam até o final da viagem, não serviu como atrativo por mais do que mais ¼ de viagem. Então os nossos queridos passageiros retornaram a reclamar do velho pau-de-arara e seus condutores.
O motorista estava enfezado afinal onde já se viu reclamarem tanto? Foi então que ele teve a brilhante idéia de arranjar uma parceira para o Bode, que tal uma Mula?
E são nessas horas que tudo parece conspirar a favor, lembrou-se então de seu tio Raimundo que havia lhe prometido uma mula chamada “Copa” ela não era uma mula qualquer, e sim uma mundialmente conhecida, algumas pessoas ousavam a chamar carinhosamente de “A copa é do mundo!” E curiosamente seu tio Raimundo morava por aquelas bandas. E lá se ia à segunda distração em meio ao velho pau-de-arara.
Ao colocar a velha Mula no Pau-de-arara criou-se um pandemônio, era criança fazendo barulho com a novidade um lado, era o Brother comendo tudo do outro, e mais uma vez nossos queridos passageiros, foram distraídos... E a viagem caminhou-se lentamente até o fim com as pessoas olhando mais para os distrativos do que para os problemas que a cercavam. O motorista mais uma vez conseguiu conduzir as pessoas até Brasília, dessa vez com um pouco mais de esforço do que antes... Afinal os passageiros estão ficando mais atentos, e conscientes do poder que tem em mãos a famosa “Eleição de condutores”... Uma hora os passageiros vão finalmente acordar, e o nosso velho pau-de-arara finalmente vai ganhar caras novas.
quinta-feira, 29 de abril de 2010
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3 comentários:
Taci, agora não tem jeito mais, minha menina virou uma mulhe e tanto, madura, consciete do seu poder e até politizada. parabens minha linda!!!!
Amor, adorei...você sabe que sou super sua fã...vou passar a te acompanhar mais ainda...nossa...vc está escrevendo melhor que muitos escritores e jornalistas que estão no mercado...te amo maninha :)
Caramba Taci, essa crônica ficou muito boa. Você brincou muito bem o com infotenimento e política. To muito orgulhosa de seu progresso em termos de escrita. Como disse a Kisa, está escrevendo muito melhor do que muitos escritores e jornalistas que estão no mercado. Na verdade eu mesmo fiquei com vergonha de passar o link do meu novo blog depois desse texto. Você está de parabéns!
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