Tudo começou com uma amizade meio estranha as 7 horas da manhã, entre eu e a Sra. Privada... Privada? Isso mesmo aquela que dá descarga! Aquela na qual jogamos tudo o que não nos é mais de utilidade interna para fora e ela aceita sem reclamar. Já era a 3 vez que eu ia no banheiro jogar para fora tudo que havia dentro de meu estomago ou melhor que não havia mais em meu estomago, já estava tremula com uma cara pálida de eu quero minha mãe, quando Vitória, minha amiga que estava em minha casa aproveitando os últimos dias de folga me diz...
-Taci, você está bem? Não adianta você ficar tão nervosa vai dar tudo certo na entrevista.
Minha voz ainda meio abafada por conta de meu ultimo encontro com a privada saiu meio rouca e um pouco mais mal criada do que eu desejava.
-Ah ta Viih, disso eu sei agora fala para o meu enjoou parar e acreditar que eu não preciso ficar nervosa.
-Tudo bem, Tacii, você é quem sabe.
Eu ainda mal criada retornei...
-Obrigada! Você é muito gentil.
Não me faça uma cara feia eu tenho plena noção que fui mal criada, mas quando você se encontra na situação que eu estava, a tendência é agirmos malcriadamente, mesmo que não seja de fato nossa intenção. Mas, vamos continuar essa história...
Já eram 9h05 e eu iria ter uma entrevista de emprego, ou melhor, eu iria participar de uma seleção de emprego na cidade vizinha ás 10 horas da manhã, e eu estava com uma cara de doente que deixaria a Morticia da família Adans com inveja do meu bronzeado branco palmito! Foi exatamente nessa hora, (hora de sair) que me dei conta que eu não sabia onde raios e trovões eu havia colocado meu currículo, sou desorganizada e isso é fato, mas prevendo que na hora do desespero eu não iria achar meu currículo, guardei ele em um lugar ‘óbvio’ onde supostamente eu o encontraria sem grandes problemas... E adivinha o que eu estava procurando feito uma doida desvairada ás 9h15 da manhã? Se você disse o CURRICULO sua resposta não poderia ser mais adequada! Eu já estava praticamente descabelada, pedindo ajuda para todo mundo para encontrar o dito cujo, quando meu irmão falou o obvio...
-Porque você está tão desesperada, procurando o currículo se é mais fácil você imprimir outro!
-Ah claro porque eu não pensei nisso antes?
-Porque você precisava da minha ajuda! Assuma! Cara irmãzinha.
-Aham Cláudia! Senta lá! Mas obrigada de qualquer forma.
Imprimi o currículo, e disparamos para São José dos Campos, disparamos? Isso no carro estava eu meu irmão a Vitória aquela que te falei anteriormente e a Thais, outra amiga minha, mas isso não vem ao caso no momento, você entenderá depois...
Chegando ao local indicado com 5 minutos de antecedência, o meu enjôo já tinha parado, mas como nada pode ser perfeito, no lugar dele passei a espirrar consecutivamente, peguei um resfriado xuxuzinho de ultima hora. ao entrar no local indicado, encontrei várias pessoas que estudam comigo na faculdade, e pensei pronto adivinha quem são meus concorrentes para a vaga? Meu próprio grupo de amigos na facul, eu havia ficado meio incomunicável nas férias então quando os vi ali sentados esperando ser chamados para a mesma seletiva meus enjôos voltaram com toda força. E tive que correr visitar a boa e velha privada.
Quando sai do banheiro novamente verde, e espirrando, meus amigos ficaram preocupados comigo, e eu que não iria falar que estava enjoada por nervosismo, falei a primeira sandice que me veio à cabeça.
-Calma Darley, eu estou bem, é que comi algo que não me caiu muito bem ontem, e meu estomago está fazendo questão de me lembrar, e claro não posso esquecer-me do meu resfriado repentino, mas esquece! Eai como foi de férias? Quarta volta tudo ao normal né?
- Volta sim, mas minhas férias foram tranqüilas, tentei te ligar porem você estava incomunicável, e não entrou na internet direito. O pessoal estava querendo ir ao cinema e chamar você...
-Eu fui para minas, e lá meu cel é vivo e não pega, fora que Santa Vitória é tão pequena que só tem uma Lan house, então nem fiquei entrando na internet. Cinema! Olha só, era uma boa... – Fui interrompida pela mulher que era responsável pela entrevista.
- Olá meu nome é Janaina, e hoje sou a responsável pela seleção de vocês, para a vaga de estágio na área de criação... Então se vocês puderem me acompanhar a sala ao lado...
1h30 minutos depois...
- Hey Taci, você ta voltando para Taubaté? –Luana me perguntava...
-To sim Lu...
-Você quer carona? No carro estou só eu e o Darley...
-Ah não Lu, obrigada, eu vou embora com meu irmão, minhas amigas também estão aqui, vou encontrá-los ali na praça...Obrigada de qualquer forma!
-Tudo bem então! Nos vemos na quarta?
-Claro, eu que não vou perder a 1º aula do Titio Maury!
-Verdade, quarta são as aulas dele, Bom então nos vemos na quarta!
- Beijos e inté mais gente!
Fui andando rumo a praça na qual o carro estava estacionado, e não foi necessário andar muito para encontrar meu irmão rindo muito ao lado da Thais, e logo a frente estava Vitória com cara de “ahh como eu ia adivinhar?”
- Que cara é essa mOzilla? - eu falei me contagiando com as expressões dos dois que vinham atrás...
- Ahn não é nada, como é que eu ia saber que não era um bebedouro?
- Porque era um brinquedo quebrado? -A Thais não se conteve e começou a rir novamente. – E...e haha teve aquela voltinha ao redor da tartaruga e você haha se perdeu no meio do caminho.
- Como é que é? - eu já estava tentando me controlar para não rir...
-Para com essa história vai...
-Tá bom Viih a gente para. Mas que foi engraçado foi.
O Ismael que até então só estava olhando e rindo se manifestou.
-Bom meninas, o que você querem fazer agora? Shopping? Almoçar?
-Ah vamos comer alguma coisa e ir no cinema?
Eu me animei com a possibilidade de ir ao cinema, estava passando “Toy Story 3” e eu realmente queria assistir aquele filme. No começo foi difícil convencer a Vitória a assistir, mas depois ela se costumou com a idéia e acabamos assistindo o desenho. Nessa brincadeira a tarde foi-se embora e já era hora de tomar rumo para casa, meu irmão ia deixar eu e as meninas na Rodoviária, porque ele tinha que buscar minha cunhada no serviço, a essa altura do campeonato o que era antes apenas nervosismo da minha parte virou realmente um resfriado daqueles.
Já dentro do ônibus eu só queria que chegasse logo em casa para eu deitar e morrer na cama, mas não foram esses os planos...
-Viih, Tacii eu quero tomar um sorvete de limão, sabe aqueles picolés de limão baratinho, eu quero um e quero hoje!
-Hum, então a gente desce na rodoviária ao invés de descer no ponto perto da casa da Tacii e toma ué.
-Ah pode ser, daí de lá nós pegamos um ônibus para a minha casa, que descemos perto de casa nós teríamos que andar um pouco ainda, ah tudo bem vamos ver esse tal picolé de limão...
Foi ai que meu azar habitual perdeu as forças, acho que aquele picolé deu sorte, ou as meninas anularam de alguma forma o poder maligno que é a minha tremenda falta de sorte! Estávamos sentadas tomando tranquilamente o picolé de limão quando eu avisto de longe, e se aproximando minha prima Liana, que mora perto de casa dei oi e apresentei ela para as meninas contei a história do dia, e de forma inesperada a Li nos ofereceu carona de volta para casa, ou seja, graças ao picolé de limão não tivemos que andar, e não adianta me olhar torto eu estava resfriada, mas picolé de limão é o melhor!
E assim se foi meu dia de sorte, teve seus tropeços e acertos, no final das contas eu não fiquei com a vaga de emprego, mas o dia que passei com minhas amigas é impagável.
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