terça-feira, 15 de junho de 2010

Reencontrando o que não foi perdido




Never seen you, I don't even know your name
But still I believe*


Ela estava acordada novamente e ainda no conforto de sua cama, preparou-se para sentir novamente aquele sentimento estranho de vazio, dessa vez parecia que o turbilhão desse sentimento estranho estava mais brando do que fora outrora, ou talvez ela apenas houvesse se acostumado à nova condição. Desde o começo da semana logo após o acordar sentia-se vazia, era como se algo nela estivesse faltando, como se tivesse sido quebrada e na hora de juntar os cacos uma parte havia sido deixada para trás. E agora aquele espaço vazio estava exigindo ser preenchido novamente.

A única reação que ela conseguia expressar era impaciência, revolta e às vezes chegava a amaldiçoar esse sentimento que não entendia. Afinal como lidar algo que não se entende? Algo que não tem como explicar, simplesmente está ali e exige sua atenção? Como todo ser humano ela tentou ignorar esse sentimento, afinal todos que ela amava estavam por perto, família, amigos, até mesmo os visinhos. Só que nada disso influenciava o tal sentimento que continuou a atormentá-la durante o longo da semana.

Mas nesse dia em especial ao levantar-se ao invés de se revoltar como todos os outros dias, ela simplesmente procurou entender o sentimento, tentar descobrir o que era e entender sobre tanta a falta que sentia.
Às vezes quando você não sabe o significado de uma palavra, mas quer entende-la, você utiliza do melhor recurso disponível “O pai dos burros” vulgo dicionário. E foi lá que ela foi procurar pelo menos achar uma palavra que definisse o que ela sentia. E para a sua surpresa o que ela achou mais adequada para definir o sentimento foi uma das palavras mais bonitas do nosso dicionário, uma palavra unicamente brasileira “SAUDADE”.

A surpresa foi tanta ao olhar essa palavra por alguns momentos ela não conseguiu pensar em nada só sentir, todos os sentimentos represados durante a semana foram à tona de uma só vez. E o brilho de entendimento per passou por seus olhos, tudo que ela sentia todo aquele espaço vazio, e todo aquele sentimento represado se traduzia na palavra saudade.

Saudade do que, ou de quem ela não sabia ao certo. Simplesmente o tinha, Saudade de um passado imemoriável? Ou seria a saudade de um futuro que ainda não aconteceu?Isso ela iria descobrir, pelo menos agora ela sabia o que sentia, largando descuidadamente o dicionário em cima de sua cabeceira rumou à varanda de seu apartamento, onde deparou com grande surpresa o findar da noite, o admirou o sol que despontava indulgente no horizonte com mais uma promessa de novo dia. E pela primeira vez na semana ela se sentiu plena e em paz com o sentimento que agora sabia o que significava, e o guardou com todo o carinho, na esperança de que um dia descobrir a quem pertencia a outra parte desse sentimento. 

Save me - Edguy

1 comentários:

Leocádia disse...

como sempre MARAVILHOSO

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