quinta-feira, 23 de setembro de 2010

...Para Amelie Poullain


Querida Amelie, como vai? 

Espero que continue como sempre. Quanto a minha pessoa, novamente estou mudando Amelie, e creio que vou de encontro com o desconhecido, mas não se preocupe, eu já aprendi muito com você, o suficiente para correr atrás de um sonho e se ele não funcionar, AZAR, mudo de sonho e persigo o outro com o mesmo afinco que o ultimo.

Mas não vou me lamuriar com você sobre esses assuntos de mudanças, vim te contar que finalmente compreendi o que o pintor custava a entender e que você de uma maneira perspicaz adivinhou. Lembra da mulher no quadro? Sim, exatamente aquela que mesmo estando no centro da multidão, parecia estar fora distante de tudo, em quanto todos os outros do quadro pareciam estar entrosados... Eu finalmente a entendi e enxerguei com os olhos dela, conseguia sentir a multidão que me cercava, e mesmo assim eu estava longe dali eu estava como você um pouco Amelie.

Eu finalmente encontrei a caixinha de brinquedos, aquela do tesouro que foi escondido com tanto zelo por alguém há muito tempo, só que eu tenho medo de abrir a caixinha e descobrir que ao invés dos brinquedos. Figuras, e carinho guardado, eu tenha finalmente encontrado a tão aterrorizante caixa de pandora.  Você me entende Amelie?

Ao contrario de me deixar levar pela curiosidade e abrir a caixa, me vejo frustrada, tomada pelo medo de não ter coragem suficiente para enfrentar todos os terrores e temores da caixa de pandora. Medo de não ter coragem para esperar firmemente, até que o ultimo “monstro” se vá, e que seja possível ver todos os singelos gestos e sentimentos da vida, reservados para aqueles que ousaram enfrentar todos os temores até o final.  

Na verdade a mulher do quadro só estava pensando na caixa, e em outras coisas supostamente mais importantes do que permanecer ali e viver o momento, e agora é mais fácil compreender a mulher do quadro, é mais fácil enxergar com os outros olhos quando você viu o mesmo horizonte que a pessoa. E no caso não existem pessoas erradas, só existe o fato de você estar ou não preparado para viver o momento e abrir sua própria caixa de Pandora.

Eu vou ficando por aqui Amelie, obrigada por sempre permanecer a mesma, e acreditar que as coisas ainda podem ser concertadas, basta se esforçar o suficiente e dar tempo ao tempo. 

 Até a próxima Amelie, abraços saudosos de uma pessoa qualquer, que ainda está a andar por ai. 

0 comentários:

Postar um comentário