domingo, 28 de agosto de 2011

Questões de Raiz!

Ultimamente eu tenho vivenciado muito uma velha questão que assola a humanidade, lembra aquela lá de “quem eu sou? Para onde vou? De onde venho?  E como me é de praxe andei a perguntar as pessoas ao meu redor sobre isso, ouvi diversas respostas das mais variadas possíveis e inimagináveis, todos sempre aparecem com resoluções para o meu problema em ser  um ima gigante para desastres sociais e ambientais e psicológicos então pensei  “Oh derrota! Será que tudo que acontece comigo é uma pura e simples questão de genética? Todos os causos como o Vestibular, noite da minney , todas aquelas desventuras em série, não passaram de um dom recebido pelos meus genes?”  Então para resolver meus problemas resolvi olhar a história de minha família, encontrar minha essência, voltar às raízes e investigar de onde veio isso tudo? Quem procura acha e encontrei a resposta por isso vou te contar como e onde tudo começou! 
Como alguns paulistanos costumam dizer “isso é coisa de mineiro só pode!” e na verdade é sim coisa de mineiro, as desventuras começaram com uma volumosa família saindo do Sul de Minas e imigrando para São Paulo. Meus avós com uma pequena tropa de 6 filhos chegando ao interior de atrás de um emprego prometido e  acertado nos conformes da antiga lei que a palavra é o que vale. A viagem à Taubaté havia sido cansativa, lenta e abafada e o caminho da rodoviária até chegar à nova moradia da família era longo. Então para não ter problema com as crianças, todas elas foram ao banheiro na rodoviária mesmo, apenas os mais velhos que esperariam chegar em casa,  que seria uma das propriedades da então Falida, mas na época em expansão “Granja Piloto”.   

Meu Avô tinha a chave da casa e como lhe era característico estava todo feliz da vida pelo novo rumo que sua família estava tomando. Já minha avó não enxergava a beleza de tudo isso, a única coisa que lhe vinha à cabeça é que a cada minuto que passava faltava menos tempo até chegar ao banheiro.  Viagem longa adicionada à má alimentação nunca foi um bom amigo do sistema digestor então imagine aquela dor de barriga felomenal onde o mau humor e concentração vai a níveis estratosféricos com o corpo mandando aquele sinal clássico de “BANHEIRO URGENTE”! Esse era o sentimento de minha avó naquele momento, mas para sua sorte estavam já perto de casa e o banheiro teóricamente também. Porem as coisas nunca podem ser tão fáceis assim como juntar a fome e o prato de comida, ou como no caso o banheiro com a vontade de cagar. 
Chegando ao lar minha avó largou todas as coisas no chão, esqueceu que tinha 6 filhos pequenos e correu pela casa como quem está em busca de sua libertação, apesar de sempre ter sido bem pobre minha vó sempre havia morado em cidade grande e esqueceu-se que na nova casa onde morava era roça e naquela época banheiro não era dentro de casa era na famosa "casinha" que ficava do lado de fora.
Então meu avô adentrando pela casa com toda calma e paciência do mundo foi explicar para sua mulher que tinha ido até a “casinha” ,mas que aparentemente a fossa não tinha sido terminada, então temporariamente eles estariam sem banheiro. Minha Vó ouviu aquela constatação como quem acaba de descobrir o falecimento de um ente querido, primeiro veio a tristeza, depois a raiva de não ter mais algo que sempre lhe fora tão comum de fácil acesso. E por ultimo veio a aceitação e essa veio mais do que de pressa porque a  mulher estava como uma panela de pressão prestes a explodir!
Existe um momento em nossas vidas que temos que lembrar que de nada vale o orgulho se estamos a deixar tudo escorrer por pernas abaixo e... Ahh como a inteligência humana é privilegiada! Minha vó viu o jornal de baixo dos braços do meu avô e lembrou-se que tinha um cachorrinho que quando filhote fazia suas necessidades no jornal, até aprender a ir para o quintal e fazer suas necessidades fora de casa.   Então mais do que de pressa roubou o jornal de baixo dos braços do meu avô e correu para o primeiro lugar que tivesse uma porta a fechou e colocou o jornal em um cantinho que lhe chamasse de seu. E Veio a libertação, a felicidade suprema, o sentimento de leveza, o mau humor foi se diluindo e aquela pobre mulher cansada da viagem foi se sentindo em casa mesmo estando naquela situação constrangedora.
Existia apenas um pequeno problema que ela havia se esquecido ao utilizar  jornal em hipótese alguma o numero 1 pode ser feito junto ao 2, porque se não  jornal não agüentaria. E como é óbvio, lógico ela se esqueceu dessa regra nesse momento delicado de sua vida e quando terminou de fazer tudo que tinha direito, limpou-se e juntou o jornal,  e foi para fora de casa  arremessar a sujeira no meio do mato. As crianças que até então estava sentadinhas no sofá da sala esperando a mãe sair do  quarto foram curiosas ver o que minha avó ia fazer fora de casa com aquele jornal no meio da noite. Minha avó que a essa altura do campeonato já estava com o humor nas alturas se sentindo leve resolveu fazer um gracejo para as crianças. E girou o braço para arremessar o jornal para longe, e girou e girou e atirou para fora no mato, só que lembra quando disse que nunca, nunca mesmo faça o numero 1 junto ao 2 no jornal e ela havia feito?  Pois é o papel foi para o meio do mato e a merda toda foi parar na parede da casa, minha avó sentou no chão e riu junto com as crianças pensando que bela maneira de se começar uma nova vida.
E essa foi à primeira de muitas das desventuras futuras que minha avó iria passar, e quando não pudesse mais passar por elas passaria o dom para a pessoa que vos fala, portanto fico por aqui, mas voltarei para contar mais uma de minhas histórias ou de minha avó agora que descobri de quem herdei esse fardo de ser um ima para desastres.

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