segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

16-09

Esse infelizmente não é mais um dos meus contos que conta as peripécias de uma menina tentando no final do dia salvar sua história. Não esse o final não é tão feliz assim, na realidade esse texto são apenas linhas mal traçadas para aliviar um pouco esse peito que dói.

E o começo desse dia foi com um telefonema naquele horário em que telefones não devem tocar. De primeiro ignorei-o achando que era apenas parte de meu sonho, mas o toque insistente me despertou para a realidade escura que era a madrugada. Olhei em direção a janela procurando um referencial das horas, e pelo céu que descortinava á minha frente era ainda o começo da manhã de sexta-feira e era cedo de mais para ter alguém acordado em minha casa.

Atendi ao telefone que tocava impertinente ignorando o fato de eu estar ainda entre o sonho e a realidade, e escutei do outro lado da linha aquele sotaque familiar típico mineiro, ao ouvir aquela voz tão familiar um frio gélido perpassou pela minha espinha parando em meu coração e pela voz alerta de minha prima ao telefone soube que noticia boa não poderia ser. Pensei em meus avós, o que será que tinha acontecido para ligarem tão cedo? Como uma criança indefesa perante uma realidade difícil pedi ajuda clamando por meu pai, que a essa altura do campeonato já estava perto da porta de meu quarto com uma cara assustada por ter ouvido o som do telefone.

Deitei-me na cama novamente e fiquei escutando atenta os acontecimentos narrados do outro lado da linha, e no meio de meu topor de sede por informação foi que escutei as palavras - acidente Dimas e falecimento- na mesma frase, e pensei não pode ser, não tão novo, não com tanta vida, só pode ser mais um daqueles sonhos estranhos em que acho que acordei, mas na verdade ainda estou dormindo.

Mas dessa vez não era um sonho, era real e estava acontecendo. Eu não iria mais ver aquele sorriso aberto, nem teria mais aquele abraço apertado que lhe era tão característico, não tão cedo ao menos. E então me vi presa pela fé, esboçando uma prece agradeci pelo tempo que pude conviver com meu primo, e pedi força para minha família para que juntos possamos passar por mais uma turbulência.

É estranho perceber como a vida é frágil, e como com um sofro ela se esvai acho que por isso devemos valorizar o agora e agradecer pelas pessoas que estão ao nosso lado, afinal nunca sabemos quando será nossa hora de dizer “Até logo” .

1 comentários:

Anônimo disse...

Um abraço ...gostei do jeito que vc soube colocar esse sentimento que é tão doloroso e compartilhar conosco bjin

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