Heitor

Às vezes não estamos preparados para mostrar o que estamos sentindo, e bem precisou a poeira abaixar, o aniversário passar para eu tentar esboçar o que senti.

O meu pequeno Heitor completou 1 ano, desde o primeiro dia em que abriu os olhos nessa Terra. Era madrugada quando o meu cunhado ligou em casa falando “Ele vai nascer! Eu vou ser Pai!” A primeira coisa que eu senti foi meu peito se estufando de felicidade, como uma coisinha que eu ainda nem conhecia poderia me fazer assim transbordar de amor, eu fiquei tão presa a esse sentimento que só notei que algo havia errado. Quando vi a cara da minha mãe, ela não ficou muito feliz e ao contrario da minha cara de felicidade eu vi uma nuvem perpassar por seu semblante, foi ai que minha ficha caiu. Não era para ele estar nascendo, não naquela madrugada do dia 8 de Janeiro de 2009, Ele tinha que ficar 1 mês protegido do mundo e amadurecendo seus pulmões, mas pelo informação que nos chegou fora que se ele não fosse tirado, a pressão da Tati poderia subir tanto que nós poderíamos perder ela e o Heitor.

Minha mãe me tirou da cama e fizemos a única coisa que nós tínhamos em mãos, a fé. Peguei-me orando com todas as minhas forças para que tudo desse certo, e pela primeira vez eu realmente tive medo em minha vida. Rezei para que tudo desse certo, e minhas preces foram atendidas, cerca de 1 hora depois quando eu minha mãe e meu pai chegamos no hospital em busca de noticias, Eu vi a cara do meu cunhado toda aparvalhada falando que o filho dele tinha nascido e que minha irmã estava bem, toda a apreensão que estava no meu peito foi embora como uma bexiga estourando, e quando eu cheguei mais perto daquele vidro mágico, eu o vi pela primeira vez, aquela coisinha tão pequena e tão forte, mesmo nascendo prematuro não precisou de ajuda para respirar.

Minhas palavras foram embora à bexiga em meu peito voltou a se inflar com nunca antes, eu o vi nas mãos de uma enfermeira, ele era lindo perfeito, era o meu afilhado sendo apresentado para a madrinha, foi nesse momento que eu entendi o significado da palavra madrinha, eu me senti responsável por aquele pequeno ser. Eu estava ali, mas sentia como se estivesse amanhecendo em mil manhãs de sol.

O tempo foi passando e eu comecei a ver mesmo eu ainda não entendendo como que aquela coisinha tão pequena me representasse e representa tanto para mim. E incrível quando a gente ama, nós passamos a reparar em cada detalhe, reparei que ele não gostava muito de ficar de cosas para o mundo, segurar ele era só de frente. Eu confesso ter visto nele o significado da palavra satisfação, nunca vi um bebe ter uma cara de eu estou tão confortável aqui. Quando ele descobriu que poderia bater palmas foi à grande sensação, digamos que quem precisa bater palmas com as mãos quando se tem os pés? Ele passou a reconhecer as pessoas que o cercavam, e como ele era bravo, se ele não gostasse de algo se prepare para ouvir, suspeito que ele tenha uma garganta de ferro, ou então só está aquecendo para ser cantor de opera o heavy metal porque o gargantinha potente!

Um dia eu cheguei de noite da faculdade, e o encontrei em casa, ele já um homenzinho aos altos dos seus nove meses de idade, estava quase dormindo no colo da minha mãe. E foi eu entrar pela porta da sala que ele arregalou os olhinhos e esticou os braços para eu pega-lo esticou aquele sorriso banguela e fez uma festa como se eu fosse tudo que ele estava pedindo aos céus naquele momento. São desses pequenos momentos que eu descobri que eu sou uma pessoa feliz. Quando a Tati nos visita e trás ele, a casa se enche de alegria o mundo passa girar ao redor dele e eu descobri para amar basta apenas você aceitar a pessoa como ela é, afinal quer um ser mais verdadeiro que um bebe? Ele demonstra tudo que ele sente, ou rindo ou chorando. Heitor mesmo sendo tão pequeno você já me ensinou muito. Obrigada por ter escolhido nascer nessa família.

De sua Madrinha que te ama muito Taciana.