quinta-feira, 19 de julho de 2012

Como os cactos.




Depois de um tempo você passa a olhar o mundo de forma diferente, e isso é completamente natural, as pessoas mudam, o mundo muda, até mesmo um dia você se presenteia com uma famosa sentada no sofá para zapear os canais de sua tv aberta quando se dá conta que até mesmo o Silvio Santos muda a cor do castanho a caju para um assumido grisalho, não que isso tenha durado por muito tempo, mas não deixa de ser uma grande mudança.  Por essas e outras que eu começo a contar a história do dia.

     Antes devo refrescar a sua memória querido amigo que por um acaso do destino parou no meu blog para ver oque acontece. A História do dia é relacionada aquela nossa velha amiga, aquela criança que vive dentro de nós e que no final do dia foi ela que decidiu o que devemos ou não fazer, é sobre essa criança e suas descobertas de quem vou falar.

     Aquela menina sentada em seu balanço de parquinho já estava cansada ou poderia até se dizer frustrada de contemplar tantos rostos cansados, enrugados de preocupação ou como ela gostava de pensar “essas pessoas parecem com aquelas folhas secas da minha estação favorita, o outono.”.
O mundo estava girando tão rápido e de tal forma que as pessoas passaram a se parecer entre si e as feições antes tão distintas umas das outras passaram a se misturar como se fosse uma massa seca de algo grande e disforme, ninguém era mais diferente de ninguém e quando digo isso não é da forma positiva onde se pode dizer que a etnia ou a opção politica, social, sexual e até mesmo cultural era respeitada por todos se verem como iguais portando as diferenças deveriam ser respeitadas... Não! Definitivamente não, eram todos os mesmos só que ressecados, os mesmos preconceitos e atitudes ignorantes que insistiam a permanecer estavam ali às vezes até soavam mais agressivas...  Agora as pessoas faziam sempre as mesmas coisas e discutiam no final do dia não mais sobre o ‘ser’ e sim o ‘ter’. Tudo havia mudado e  nossa querida menina já se considerava como parte daquele sertão onde as pessoas eram como cactos cheios de espinhos preparados para ferir ao menor toque.

     Foi então que a menina passou a prestar atenção de verdade naquela natureza ao seu redor e teve a brilhante ideia de se lembrar de uma antiga professora lhe dizendo “preste bem atenção menina, todas as plantas geram flores hora ou outra, umas demoram mais que outra, mas no final todas tem o final de se tornar uma flor”, e ao se lembrar disso a menina encontrou em seu agreste pessoal sua fonte de água limpa, e passou a regar carinhosamente cada cacto agressivo plantado ao seu redor, e com o tempo até os cactos mais rudes geraram flores mostrando toda sua plenitude e reconhecimento por ter sido bem tratado, com isso a menina já não achava mais tão ruim ser parte daquela natureza afinal sempre valia a pena ver a beleza de todas aquelas flores. 

1 comentários:

DarleyWillian disse...

Agora sim um texto no estilo da T que conheço.
Fazia tempo que não gostava tanto de um texto seu.

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