sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O dia que a Terra acordou...





E houve aquele dia que a natureza resolveu tomar partido na guerra dos humanos, cansada de tantos mal tratos e desleixo do homem para com as coisas que tornam a vida tão real. Ela resolveu tomar posse de tudo que lhe pertencia e que o homem em sua arrogância destruiu sem nenhuma razão e sequer lhe agradeceu ou qualquer coisa do tipo que mostrasse um pouco de solidariedade.

Naquele dia a mãe Terra, tomou em suas próprias mãos  tudo que lhe era seu por direito. Já naquele tempo nossa amiga de alguns contos atrás estava especialmente distraída olhando ao por do sol sentada em um banco de uma praça qualquer quando percebeu um movimento diferente na arvore a qual estava abaixo.A menina não se assustou, muito pelo contrario, levantou-se em um salto só e abraçou aquela arvore, como se já soubesse o que estava para acontecer.  Nesse momento em outras praças, ruas, avenidas, quintais de casa, onde houvesse crianças e adultos sensíveis a natureza, todos por instinto paravam o que estavam fazendo alheios a tal “realidade” e abraçavam a arvore mais próxima, ou sentavam ao chão em meditação. Como se soubessem da mudança que estava para acontecer.

Foi uma mobilização geral, todos que acreditavam em um mundo melhor ao longo daquele longo entardecer foram se acalmando, saindo de seus respectivos empregos, escolas e bares e foram se recolhendo ao aconchego de seu lar. E para aqueles que não acreditavam digamos que não foi uma tarde muito fácil, o desespero e a raiva os possuíram de uma forma até então nunca presenciada na história da humanidade, era  verdadeiro fim do mundo para eles, o comportamento daqueles que acreditavam na mudança os deixavam mais apavorados ainda, era como se os “belivers”  tivessem hipnotizados ou qualquer coisa do tipo. Aqueles que não acreditavam não sabiam até então o que era ter fé.

            E naquela noite perdida no tempo as raízes das arvores e arbustos, foram crescendo e a grama foi se espalhando, tudo que estava abaixo da terra esperando o momento certo foi brotando, consciente de sua obrigação de pacificador e restaurador do equilíbrio original. Os prédios das cidades outrora cinzas e surrados pelo descaso foram ganhando folhagens, flores brotavam dos bueiros.

Todos ao redor do mundo, que acreditaram na mudança, naquela noite, obtiveram paz em seus espíritos, em todas as partes do mundo pessoas abriram suas janelas para ver o luar mais bonito que já havia sido visto desde a criação do planeta. Naquela noite aqueles que não acreditavam aos poucos foram divididos em dois grupos, aos que estavam dispostos a acreditar, e os desesperados que viram seu mundo, horrorizados se transformar na selva. Esse segundo grupo foi levado para um outro planeta que ainda estava adormecido, na esperança que ao chegar nesse planeta, esquecidos de suas casas, sentissem saudades, daqueles que amavam, mas  que ficaram  e só assim saudosos de seu lar passassem a contribuir para o despertar desse seu novo lar para onde foram levados, na esperança de quando essa nova casa acordasse pudessem rever seus entes queridos que acreditaram desde o principio. Quando o dia do planeta Terra acordar quero ser igual a menina que acolheu a mudança e abraçou a arvore em agradecimento e ser digna de ver tamanha beleza.   

1 comentários:

Moura disse...

Criando consciência...tá aí...algo que falta a muitos de nós humanos. Excelente texto Chu, eu achei bacana seu trabalho com as imagens e sensações, pois me fez imaginar a cena acontecendo. Parabéns!!!
Beijos

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