A mágica sumiu... as mãos acostumadas a digitar o que a cabeça ditava aos poucos foi enferujando. A mente sempre aberta aos poucos foi fechando as janelas, e as cortinas nunca antes usadas, agora pesam por cima das janelas fechadas lacradas.
A memória visual, aos poucos foi ganhando amnésia e a vista foi se tornando cansada. Os heróis foram se perdendo um a um por entre as brumas, e até mesmo a menina que colhia conchinhas a beira mar, foi se esvaindo da memória.
A máquina de contos aos poucos foi se retraindo a si e sua ignorância. E a inteligência foi se esvaindo. O coração corcel indomável foi finalmente domesticado. Tornando-se um pangaré puxador de carroças.
O que aconteceu? Onde estão as cores de outrora? Estariam agora desbotadas em seu jazigo? Um porão lacrado em um cantinho secreto na cabeça da escritora. Estão lá esperando a volta dos dias de Glória. Dias em que a pessoa que vos escreve não esteja aprisionada pelo temível e imperdoável TCC.
Após esses dias de terror, o sol voltará a brilhar uma vez, mais forte. E as conchinhas voltarão a ser colhidas, as teias desaparecerão, as janelas voltarão a ser abertas, e o corcel se rebelará mostrando que nunca realmente fora domesticado. Mas por enquanto resta a mim torcer que tudo passe rápido, e que a mágica não tenha abandonado de vez esse pequeno cantinho de contos. Quando enfim o retorno aconteça.
1 comentários:
Estamos nessa luta para ter novamente inspirações e poesias!
Ótimo texto =*****
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